O GreenFaith Brasil e o FOMA (Fórum Climático de Magé) iniciaram uma parceria com o objetivo de criar uma rede de articulação e mobilização entre religiosos da cidade de Magé para a justiça climática.
O Fórum Climático de Magé (FOMA) é um coletivo organizado por jovens ativistas socioambientais e pesquisadores da cidade de Magé, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, criado a partir da necessidade de combater a injustiça climática e o racismo ambiental no território. E tem como objetivos principais: a sensibilização, por intermédio da educomunicação, para os impactos da crise climática em Magé e na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro; a articulação entre instituições e movimentos que atuem de diferentes formas no enfrentamento às injustiças socioambientais na cidade, ampliando as vozes das lideranças comunitárias que lutam por justiça social no território; atividades educativas de formação da sociedade civil; e a incidência política local e regional.
Magé é uma cidade de sociobiodiversidade única dentro do estado do Rio de Janeiro, se localizando entre a serra e o mar, mesclando os ambientes rural e urbano e, ainda sendo coberta por remanescentes florestais do bioma de Mata Atlântica. Abrangendo, assim, diferentes ecossistemas e dispondo de comunidades tradicionais diversas distribuídas pelo território. Partindo dessa realidade foi percebida a necessidade de trazer à tona a discussão sobre a implementação de políticas públicas socioambientais dentro dessa cidade, que historicamente foram trabalhadas de forma ineficaz em relação aos mecanismos de proteção ambiental e, por consequência disso, impactou a própria qualidade de vida de sua população, expondo-a riscos ambientais de forma desproporcional. O terror provocado pelas indústrias do petróleo na Baía de Guanabara e alguns de seus rios afluentes, se assemelha em alguns aspectos sobre o que recai em relação às populações afetadas pelas indústrias da mineração. Utiliza-se um modus operandi no que diz respeito aos “acidentes” ambientais e à forma de tratar essas áreas como “zonas de sacrifício”. É um terror calculado e utilizado para afastar a comunidade de seu território, favorecendo essa ocupação petrolífera com ainda mais força. “Não é de hoje que a Guanabara virou a base da indústria offshore”.
Pensando essencialmente na diversidade de religiões e de manifestações de fé, os encontramos que planejamos mostra uma possibilidade democrática e plural de interconexão entre grupos a partir da colaboração, escuta e do respeito. Formando um espaço amplo e múltiplo para que cada entidade ou manifestação religiosa pense seu papel dentro da luta contra a crise climática e os combustíveis fósseis.
Através de rodas de conversa, café da manhã e dinâmicas de encontro, nossa intenção é, também, sensibilizar as entidades presentes a se engajarem ainda mais nos espaços de pressão política, no compromisso com a disseminação de informações corretas e no engajamento das lideranças locais no que se refere a traçar estratégias climáticas equitativas, com transparência e responsabilidade socioambiental.